Trata-se de uma obra voltada a dar visibilidade ao jogo de forças e estratégias moleculares que engendram a forma como se gerencia o trabalho nas organizações.

A base empírica para o desenvolvimento deste estudo foi uma organização pública, mas as análises desenvolvidas do processo de gestão do trabalho extrapolam o universo do serviço público, possibilitando desvelar a microfísica do poder nas organizações. Através da análise genealógica dos processos de gestão, explicita-se a dinâmica das relações de força na organização, colocando em evidência as estratégias desenvolvidas pelos diferentes agentes; enquanto o exame da cultura brasileira fornece elementos para a compreensão da incidência da cultura no funcionamento das organizações, propiciando evidenciar a singularidade da forma como se gerencia em nosso país.

Através da análise estratégica do processo de constituição Estado brasileiro é dada inteligibilidade ao funcionamento estatal e à cultura dominante no serviço público, possibilitando romper com a forma simplista como a questão da eficiência/ineficiência nas organizações públicas até agora foi colocada; enquanto o exame do contexto histórico-social do serviço público permite colocar sob novos marcos a discussão sobre o processo de Reforma do Estado.

O conjunto dessas análises estabelece uma cartografia das relações de poder na organização, propiciando uma compreensão da dinâmica da construção da governabilidade na organização do trabalho.