A fauna e a espuma é uma novela experimental que mistura contos, ensaios, autoficção e teoriaficção para contar uma simples história sobre a morte de um pai. Influenciado por ficcionistas como Piglia e Carson mas também por filósofos como Sloterdijk e Durand, o livro se divide em duas partes principais, cada uma composta por narrativas curtas e variadas, que se tangenciam em temas específicos. Na primeira metade, “a parte clara”, esse tema é o céu. Os capítulos exploram as transformações das cosmologias celestes, as reflexões de um comediante sobre as nuvens da sua infância, estudos sobre a natureza dos sonhos, conversas entre aviadores da Segunda Guerra, descrições de atmosferas pós-apocalípticas e debates especulativos entre taxonomistas medievais, para costurar temas como a memória, a epifania e a expectativa do paraíso. Na segunda metade, “a parte escura”, o tema principal é o conceito de queda. Seus capítulos, já mais circunscritos às circunstâncias do personagem-autor, tratam da queda de Adão, da fenomenologia das mãos, da doença de um cachorro, das cartas de suicídio e das primeiras comunhões, para articular a morte paterna a relações de sentido mais amplas: a língua, o tempo, o choro, a entropia, a salvação.