A Nova Ordem Mundial - ou ‘Globalização’, como é conhecido o atual sistema de relações internacionais - tem sido analisada sob vários aspectos; econômico, político, social e mesmo histórico. A abordagem filosófica certamente não se encontra ausente da literatura política sobre o tema. Muitos já trataram do assunto 'ordem mundial'. Contudo, os enfoques direcionam-se, na maior parte dos casos, para a esfera da cultura ou procuram uma explicação 'imediatista' para o seu surgimento, não raro atribuindo-o ao desenvolvimento econômico-tecnológico. Este livro busca um viés diferenciado. O autor empenha-se em demonstrar que a filosofia justificadora da Ordem Imperial vigente é depositária da idéia de que a paz só é possível por meio de um governo universal sob a hegemonia de um único poder. Essa concepção, que tem suas raízes na filosofia política de Thomas Hobbes, foi 'apropriada renovadoramente' pelos teóricos da fundação do Estado norte-americano e legitimada ideologicamente, hoje, pelo estatuto do fim da história redescoberto por Fukuyama e absorvido pelos seguidores da política internacional dos Estados Unidos.