Nos últimos anos, o conceito de território passou a ser utilizado em várias áreas do conhecimento, inclusive, fora do meio acadêmico. O lado positivo dessa utilização é a abertura de amplas possibilidades de debates a respeito do conceito. O lado negativo é o reducionismo com que o conceito tem sido empregado. Um exemplo da compreensão reducionista do uso do conceito de território está na materialização de uma prática que se tornou usual na aplicação de políticas públicas: delimitar determinada região e denominá-la de “território”. Essa prática tornou-se uma panaceia, quando economistas, sociólogos entre outros cientistas passaram a fazer uso do conceito de território sem procurar seus fundamentos científicos. O que era para ser um conceito foi convertido num termo banal. Inclusive muitos geógrafos passaram a utilizar esse termo banal, abrindo mão da crítica necessária para contribuir com o debate junto aos nossos colegas das Ciências Humanas. Poucos são os geógrafos que se dedicaram ao trabalho da crítica. Aqui reside a importância deste livro.

Marcos Aurelio Saquet nos apresenta uma ampla reflexão a respeito das significações do conceito em questão. Ao ler este livro, o leitor é convidado a pensar as partes mais importantes da história da formação desse conceito. Saquet explica as diferentes realidades em que ocorreram os processos teórico–políticos de construção do conceito. Partindo da análise de um amplo referencial teórico de diferentes paradigmas, o autor debate sua compreensão no contexto das perspectivas dos autores.

Esta nova e 6ª edição – ampliada, traz um novo capítulo, o nono: ENTRE A TERRITORIOLOGIA E A TERRITORIOVISÃO: Uma contribuição para a descolonização do conhecimento científico. Vale a leitura!