Os ensaios aqui reunidos encontram-se em sintonia com a agenda acadêmica da atualidade, mais assinalada pela meditação de turbulências e excessos do que voltada para a serena apreensão de fenômenos circunscritos. No entanto, se à primeira vista têm no pensamento universitário sua referência, é possível atribuirlhes um fundamento nada ocasional, e, pois, muito mais decisivo. É que sua aplicação no sentido de ir além dos limites afinal os torna, por assim dizer, consubstanciais às questões de arte e cultura com que se ocupam: desmedidos e exorbitantes no seu empenho de pensar, ressoam a autocaracterização do músico em conhecido refrão: “Exagerado, […] / Eu sou mesmo exagerado”.