"Neste livro, com doze contos, almeja-se um cruzamento entre a narrativa histórica e a abordagem literária. É, portanto, uma tentativa de admitir a leitura na qual se possa pensar a história como literatura e a literatura como história. Busca-se, além disso, a harmonia entre a narrativa e o discurso. A ideologia está associada ao senso comum, ou seja, refere-se ao modo de pensar dos personagens, suas filosofias de vida, suas opções políticas, suas religiões. As histórias contadas alicerçam-se, em grande parte, na vida do próprio autor. Os personagens, no entanto, são fictícios; suas vidas e seus nomes, fantasiosos. Houve, por outro lado, uma grande preocupação para que cada narrativa histórica? não neutra, mas, sim, ideológica? trouxesse ensinamentos éticos à reflexão do leitor. As estruturas adotadas, em que a reflexão quase sempre predomina sobre a ação, são opostas, portanto, às que encontramos em autores que tanto nos encantam. Acredito, no entanto, que as narrativas apresentadas neste livro são efetivamente contos, pois associam a realidade histórica com a ficção literária. Reforço a minha posição citando Mário de Andrade, que, com sua irreverente sabedoria, assim disse: “Conto é tudo o que o autor diz que é conto”. Ainda bem. Antecipadamente grato pela atenção." São Paulo (SP), maio de 2015. O Autor.