Quando vi o trabalho de Liuba pela primeira vez em uma visita ao seu ateliê em Paris, fiquei encantada com as múltiplas dimensões de sua arte. Quando voltei ao Brasil, decidi fotografar sua coleção em são Paulo imediatamente. Liuba faz parte de uma geração de artistas europeus que emigraram após a guerra, que atuavam nas décadas de 1950 e 1960, fundando o modernismo e exercendo grande influência no cenário artístico brasileiro. então, fotografando suas obras, proponho uma revisão de questões, passadas e presentes, sobre a herança modernista da arte.

Os pontos de contato entre mim e Liuba se revelaram pouco a pouco e então pude ver que, através de seu estilo eclético, ela busca encontrar a modernidade, enquanto busco a forma que expressa o contemporâneo. Percebi através dos equivalentes animais, formas e figuras de Liuba que ressoam em nossa vida cotidiana carregando o passado e o futuro de maneira incerta. As fotografias
resultantes desse encontro mostram seres híbridos e mutantes que retratam nossa condição como migrantes de diferentes nações, estados de ser e sexualidades. A carga dramática dessas formas esculturais justapostas às imagens do presente acentua a universalidade das tensões atuais e a dimensão política de nossa condição humana.