Da fascinação pelo difícil à difícil beleza do conhecimento. Suas escritas cifradas, suas aventuras e invenções, suas razões e suas humanidades. Como olhar, com quais olhos, com qual modelo filosófico, explicar, entender, questionar e aproveitar os conhecimentos e seus desdobramentos através do tempo? Ao lado, acima e dentro da fenomenologia husserliana, André Senra elabora sua tese em busca de um conhecimento desvendado. Estuda, deseja, argumenta e faz filosofia em cada palavra, cuidadosamente escolhida de seu texto. Fenômeno, natureza, lógica, suas companheiras e companheiro de aventura, escrevem a poesia certeira e matemática de seus argumentos. Ora jogando luz, ora brotando sombras, avançamos, corpo e mente misturados e separados, pela fascinante delicadeza do difícil. Não há caminho fácil para a filosofia, não há atalhos para o pensamento investigativo. Conhecemos pelos túneis de palavras, que André nos possibilita, as esperanças de grandes pensadores, suas verdades e decepções, as teorias que elaboraram e defenderam, caminhos, encruzilhadas, verdade e dúvida convivendo juntas inseparavelmente. Há que lê-lo com a calma dos que se propõem a compreender esse estranho e humano mundo que nos cerca e conforta e nos envolve por fora  e por dentro permanentemente. Vamos ao texto! Ricardo Silva Kubrusly é professor do Instituto de Matemática (IM/ UFRJ) e do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências, das Técnicas e Epistemologia (HCTE/ UFRJ).