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“Quase tudo é previsível,/ minha avó dizia, enquanto varria/ a calçada, menos a bondade/ e a justiça.” Eu acrescentaria que também são imprevisíveis os dias que estendemos o luto, as surpresas nas esquinas e os livros de poesia. Entre a melancolia e o espanto que é alguém que percebe que cresceu, os poemas do Rafael Iotti passeiam por espécies de abandono: a cidade vazia, a avó que morreu – “há sempre um parente que ficou para trás”, um tempo de idílio de memórias ternas – “e essa infância que sempre volta no momento menos oportuno”.
Mas se nos poemas há um reconhecimento constante de que não há nada além – “a vida é assim mesmo”, e ele transforma com beleza e assombro um chavão numa chave de poema – não deixa de notar as pequenas delicadezas, que, entre tantas coisas miúdas, vão criando os poemas. E, quando há essa espécie de explosão de ternura, qualquer descuido do leitor encontra a aflição das pequenas verdades incontestáveis: o silêncio confortável da casa, uma avó que fecha delicadamente pasteizinhos: “ritos de amor, ritos de combate”.
Nem a vida nem o que nos resta dela nos consola, nem um bom poema, nem um livro lindo de poemas como este – já passou, e há muito, nosso tempo de ingenuidade. Mas sempre é possível se distrair um pouco com a beleza do caminho.
Nome
NEM A VIDA NEM O QUE RESTA DELA NOS CONSOLA
CodBarra
9786559058730
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
09/05/2025
Páginas
88
Peso
176,00
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