Fui à casa de Lina procurando um diálogo com o moderno. O que encontrei entre o visível e o invisível foram formas, materiais e significados que revelam um modelo alternativo bastante distinto do modernismo das certezas. Vi a essência da forma se dissolver entre o espaço público e o privado. O racional em busca do irracional por natureza. Observei os objetos em sua casa, folclóricos e clássicos, que encontraram uma acomodação inesperada com as formas do futuro. Eu entendi o desejo dela de deixar o passado para trás sem perdê-lo de vista.

A arte de Lina criou um habitat próprio, que foi modificado no tempo e no espaço como um organismo vivo. Gerou esse espaço híbrido – parte da selva, parte da casa – entre a idade do antigo Morumbi, a região das fazendas de chá e o contemporâneo Morumbi.

A casa e o jardim de Lina se fundem em uma afirmação contraditória: a dominação da vontade artística e a subordinação à natureza. Seu design reside nas certezas e surpresas, com uma pertinência fascinante para a arte em nossas vidas.