Aos 11 anos, Sérgio precisa largar para trás seus brinquedos, o conforto de sua casa e o carinho dos pais para ingressar numa nova fase, o internato. Ele é matriculado no renomado Ateneu — comandado por um diretor não menos ilustre: Aristarco. A princípio deslumbrado pela aura de excelência que recobre o colégio, Sérgio se vê sozinho num universo totalmente estranho. Por trás da afamada pedagogia moderna que atraía os filhos da elite de todo o país para a grande escola de sua época, descobrimos uma educação tirana, constituída pelos desmandos de um diretor ganancioso e egocêntrico, pela máxima da aniquilação dos fracos. Um sistema repressor, que fomenta a hostilidade entre os estudantes. O garoto tem de ser forte o bastante e aprender a lutar para se impor e sobreviver ali. O período marcaria para sempre o narrador e o faria perder as ilusões e a ingenuidade típicas da infância, sendo forçado a enfrentar precocemente os conflitos da vida adulta. Sem abrir mão do texto original de Raul Pompeia, Marcello Quintanilha cria uma obra-prima em quadrinhos: o realismo crítico e o tom impressionista presentes no clássico são adaptados com maestria para um roteiro ágil, ácido, que revela imagens contundentes.