Este volume estuda a modernidade e o modernismo, completando a trilogia formada por O cânone colonial, O cânone imperial e O cânone republicano I, já publicados por esta Editora. Com um total de cerca de 2.000 páginas, constitui a maior revisão em curso sobre o cânone literário brasileiro. É uma obra ensaística que provoca a reflexão e sacode os pilares do conservadorismo vigente não só nos cursos de Letras, mas nas escolas em geral. Ela constitui também uma revisão crítica da formação histórica, dos grandes movimentos sociais, do destino dos povos reunidos no território brasileiro. A literatura é uma historiografia inconsciente que aqui passa por uma análise crítica e conscientizadora. Que isso abala crenças e preconceitos já foi demonstrado pela reação havida na grande imprensa aos volumes anteriores. Aqui está, porém, construída uma torre de observação muito firme e forte, cujos argumentos se baseiam nos textos e em reflexões cuja pertinência não tem sido refutável. Muitos leitores têm encontrado em suas páginas um abrigo para inquietações e suspeitas que eles guardavam no peito desde os bancos escolares, mas não tinham visto serem explicitadas e fundamentadas. A diferença de perspectiva e avaliação aqui exposta volta-se basicamente para figuras consagradas do modernismo brasileiro, que é confrontado com o que foi a modernidade européia e com a diferença que se impõe entre a ideologia dos manifestos e a qualidade artística das obras. Mostra-se o caráter reacionário de obras vistas como de vanguarda. Mede-se a estrutura dos grandes nomes nacionais confrontando seus textos com outros, testa-se a resistência da ideologia constitutiva de suas obras e de sua fama. Nada fica intacto, tudo pica feito um cacto.