Como todo bom contista, Lucas Lazzaretti é capaz de descortinar microcosmos fascinantes, construir suspenses magnéticos e arquitetar desfechos surpreendentes em poucas páginas. Sua prosa fluida desperta aos poucos os sentidos do leitor, que de repente se vê enredado nas tramas deste Placenta: estudos. Entre os conflitos internos e os embates corpo a corpo provocados por situações-limite, entre a descrição delicada da casa da avó e a morte de um ilustre estrangeiro e seus efeitos colaterais, entre os acontecimentos fantásticos de uma cidade interiorana e a solidão citadina, Lucas Lazzaretti escreve sem abrir mão de um lirismo ímpar que está presente ao longo de todo o livro.