Um dos lugares cariocas mais simbólicos, a Praça XV é o ponto de partida para Antonio Colchete Filho pensar e compreender o Rio de Janeiro e o mundo urbano. O autor é atraído pelas metamorfoses e pelas fisionomias que a cidade assume através da história e das marcas que seus agentes sociais nela deixam. Praça XV – Projetos do espaço público conduz o leitor pelo urbanismo, através do espaço, e pela história, através do tempo, aos domínios da arte e da cultura e de outros campos do conhecimento. O livro trabalha as diferentes relações entre os espaços, os objetos e os atores sociais e contextualiza-os em cada momento histórico, revelando seus múltiplos sentidos.

A cidade é abordada por sua pluralidade e seu estado de constante construção. O autor revela o espaço público como o lugar onde onde o Rio reconhece sua identidade e onde cada cidadão se descobre como parte da sociedade urbana em que está inserido.

“Foi ainda durante o século XVIII que a região da Praça XV sofreu alterações significativas no traçado através de aterros e da divulgação de medidas de caráter urbanístico. Construções voltadas ao provimento de infra-estrutura também foram realizadas pela cidade, como os aquedutos e os chafarizes para o abastecimento de água. Na então Praça do Carmo, foi construído um cais de cantaria aparelhada, com um novo chafariz, deslocado do centro da praça para a beira da água. A raça foi também pavimentada para permitir paradas militares.

A Praça XV recebia a sua primeira grande intervenção urbana, face à crescente atividade portuária. O chafariz, projetado por Mestre Valentim, em 1789, servia não só à população das imediações, mas às embarcações que atracavam na Baía de Guanabara.”