Onde estaria hoje a legendária espada do rei Arthur? Em seu último livro de ficção, Anthony Burgess, o autor de Laranja mecânica, retoma um dos mitos sobre a fundação da Inglaterra — a espada de Excalibur — para, em ritmo de aventura, analisar o nacionalismo e a manipulação política dos elementos simbólicos.

Depois de séculos escondida num mosteiro, Excalibur vira despojo da Segunda Guerra para os alemães e é levada para um museu na União Soviética, de onde é roubada por um russo em fuga para o Ocidente. A Revolução Russa, as duas guerras mundiais, os conflitos na Irlanda e no Oriente Médio, são pano de fundo dessa história em que realidade e invenção se misturam.

Seus personagens, entre eles um sobrevivente do naufrágio do Titanic e outro de um campo de concentração na Polônia, deslocam-se num mundo em constante mutação, ao sabor de eventos reais, evocados a partir dos ângulos mais inesperados. Excalibur puxa o fio condutor dessa trama, repleta do humor e da erudição característicos de Anthony Burgess.