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SOMOS 14 MILHOES, E AGORA?: CRONICAS DO...CARREIRA
Trabalho. Segundo o dicionário: “conjunto de atividades produtivas ou intelectuais exercidas pelo homem para gerar uma utilidade”. Num mundo primitivo o homem trabalhou pela sobrevivência: caçar, colher, basicamente comer! De repente descobriu a força do que vem do suor e o quanto isso pode proporcionar… Riqueza! O campo foi definitivamente o primeiro escritório do mundo: você ara minha terra e planta as sementes, eu vejo o que consigo te dar em troca. O primeiro trabalhou porque precisava, por mais indigno que fosse, diferentemente de nascer com posses. O segundo trabalhou porque conseguiu vantagem naquilo. O centésimo trabalhou porque tinha aptidão e ninguém mais ligava como cada um ganhasse a vida. O 357º sentiu vergonha por não ter trabalho. Regras foram impostas, leis criadas para a proteção desse bem que nos é sim valioso: o fruto do nosso esforço. Atividade pela qual não só deixamos nossa produção para uma empresa, como também forjamos a nós mesmos! E chegamos aqui, nesse ponto em que talvez o milésimo não vá se sentir culpado ou excluído por não fazer parte de um mundo formal de trabalho, porque pode ser que esse “mundo formal do trabalho”, como conhecemos hoje, nem exista mais depois de amanhã. E será preciso reinventar-se outra vez. Passaralho. Eis uma palavra assustadora, aterrorizante, horrenda. Remete a uma revoada de aves de rapina que deixa destruição por onde passa. Trata-se de um jargão agressivo para as demissões em massa nas redações dos meios de comunicação. É quando o jornalista deixa de ter o desemprego como objeto de observação, como tema de seu ofício, como elemento da reportagem que está produzindo para vive-lo por dentro. A jornalista Carolina Abelin sobreviveu a alguns passaralhos, a outros sucumbiu. Seu corajoso relato não é apenas uma reflexão sobre as agruras laborais de seus pares, diz respeito a um novo mundo do trabalho que atinge indistintamente a todas as profissões. Da baixa na velha carteira de capa azul criada por Getúlio Vargas à demissão digital pelo “épi”, qual o impacto da tecnologia na vida do trabalhador brasileiro? A prec arização das relações trabalhistas, a cassação de direitos, a informalidade, a fetichização do empreendedorismo como virtude absoluta sem o amparo de uma política de bem-estar social realmente acolhedora. Todos esses temas são subjacentes ao ponto central tocado pela autora deste livro: de que valem a ocupação e o emprego descolados da condição humana, da ideia de que trabalhamos todos, solidariamente, para prover uma vida em comunidade? Na atual etapa do capitalismo, de clara hegemonia das finanças, há casos em que o trabalho humano pode ser simplesmente desnecessário. Por isso esse livro não é apenas sobre os milhões de brasileiros desempregados a que o título alude. É o sobre o que cada um de nós faz com nosso tempo, nossa energia, nossos sonhos.
Marcelo Canellas
Nome
SOMOS 14 MILHOES, E AGORA?: CRONICAS DO DESEMPREGO, TRABALHO E CARREIRA
CodBarra
9786581060886
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
03/05/2022
Páginas
110
Peso
130,00
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