Yolanda tem 16 anos e mora em Montevidéu com a mãe paralítica. Seu pai morreu e ela tem pouco contato com as tias, as quais acusa de as terem prejudicado na herança. Sua vida se resume ao duro trabalho na fábrica e aos cuidados com a mãe em uma vida monotonamente regrada sem perspectiva aparente. Um dia recebe um bilhete assinado por Torquator, que ela não conhece. A cada novo bilhete misterioso, ou telefonema, sua vida vai tomando dimensões que ela jamais suspeitaria. Em tons cinza, Trujillo reconstrói o clima hostil e opressivo de um Uruguai pós-ditadura. Luzes e sombras compõe os cenários onde se desenvolve o enredo; o prédio onde Yolanda mora, a linha de produção, mesmo o céu é cinza. No desenrolar da história é que se percebe estar diante de uma narrativa com ingredientes de narrativa policial, com Yolanda presa num labirinto cuja saídas não estão a vista.

Torquator foi adaptado ao cinema por Aldo Garay como A espera (2003), é considerado um dos grandes filmes uruguaios dos últimos anos, tendo participado do Festival do Rio (2003).