“Ainda vamos ouvir falar muito sobre Malu Leite, escritora que, em seu livro de estreia, transita com desenvoltura entre o conto, o microconto e a poesia.

Malu não tem medo da experimentação, e nem de expor as contradições e angústias que o porvir oferece aos que tentam decifrar o mistério que é viver.

Sua escrita usa o tempo do sentimento. Longo..., curto..., fugaz. O tempo sem relógio. Que queima sem fim ou se apaga. Quem sabe...

Sua escrita nos fala das muitas vidas contidas em cada existência. Das perdas, ganhos, certezas absolutas, medos, incertezas, amores que se consomem, da morte que sempre está à espreita, e até de calmaria...

Vida que se programa, mas que é sempre acaso.

Por fim, seus registros são também uma crônica desses tempos atípicos, brutos; da reclusão pandêmica, da cidade vazia. Da solidão que parece não ter fim, mesmo que a cidade pareça linda e o cartão postal se ofereça na janela.

Malu escreve sobre as mulheres de sua geração, e muito sobre si mesma.
Nestes tempos em que nos recolhemos, Malu vasculhou sentimentos, olhou para dentro e ao seu redor. Agora quer ser ouvida, e tem muito que dizer.”

Cristina Fernandes Warth, editora da Pallas, que assina a quarta capa do livro.