O que há em comum entre Wagner, Voltaire, Artic Monkeys e o Manhattan Connection? O livro “Um filósofo no ninho”, primeiro livro do jornalista mineiro Carlos Eduardo Doné, com um conteúdo instigaste. O romance inquietante, de alto teor psicológico, que parte de um personagem peculiar, mergulha em seu interior, e mescla teorias de grandes pensadores com referências a figuras de mundo incide do cenário pop atual - passando por outras fontes, das mais variadas áreas. Wagner, Bach, Tom Jobim, Woody Allen, Bergman, Orson Welles, Frank Sinatra, Cole Porter, Artic Monkeys, Radiohead, Smiths, Oasis, Richard Dawkins, Manhattan Connection, Nietzsche, Schopenhauer, Flaubert, Voltaire, Tolstoi, Dostoiévski, todos citados ao longo desta narrativa de início arrebatador e final surpreendente, que mistura filosofia, discussão de grandes ideias e drama, a certa dose de humor, entre outros elementos, e deixa, em inúmeros sentidos, grande espaço para a reflexão. Como personagem principal um filósofo que vem de uma família abastada de São Paulo. Apresentando um protagonista bastante peculiar, que se mostra um intelectual inteligente, o qual foge de certos estereótipos ligados à classe, a obra tem forte teor filosófico e psicológico, e aborda, direta e indiretamente, as complexidades humanas – não só por meio do personagem central. Características do tempo atual, retratos da contemporaneidade, também surgem ao longo do texto, que consegue unir momentos de maior fluidez, velocidade, intensidade, acidez, com instantes nos quais as idéias e sensações são expostas, transmitidas e buscadas aos poucos – em ambos os casos, a qualidade do que é dito, a profundidade, a originalidade são procuradas, aparecendo como prioridade.