Após tentar compreender as condições históricas que possibilitaram o surgimento de uma extrema direita no Brasil do século XXI, no livro também publicado pela Kotter, Do modernismo ao bolsonarismo, Anderson Leite, conhecido como Deusdete Negarestani, agora busca compreender como funciona a arena política no que restou do espaço público, no caso, nas redes sociais.

Partindo de uma análise de como as redes são estruturadas para fomentar o extremismo e uma certa estupidez programada, passando por uma análise do que se convencionou chamar de “cultura pop”, Anderson Leite chega ao ponto em que enxerga o ambiente criado pelas Big Techs como um terreno adverso para quem esteja à esquerda no campo político, assim como para quem tenha algum compromisso mínimo com a ciência e ética.

O certo é que, em um ambiente que fortalece uma espécie de adicção monetizada via cliques, a esquerda não pode ceder aos novos jogadores da extrema direita: liberais, anarcocapitalistas e conservadores, nem abrir mão de um horizonte utópico diante dos desafios impostos.